terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Cada macaco no seu galho


Noronha, um policial competente e desenvolto, logo percebeu que com o ordenado da Instituição não chegaria a lugar nenhum. Como enxergava longe, resolveu dedicar-se também a prestar segurança ao setor privado.

Pelo regulamento policial não poderia fazê-lo! É difícil de entender, como continuam vigorando nas instituições, regulamentos arcaicos e ultrapassados. Ao contrário, outros países, além de pagar bem seus policiais, ainda os liberam para trabalhos nas horas de folga. Aqui, o Estado, paga mal e irresponsavelmente os incentiva a se corromper, afinal como todo ser humano, também gostam de comer bem, beber, pagar estudo dos filhos, cuidarem da família e etc...

De tal sorte que em determinada ocasião, Noronha indicou um colega, o Manézinho, a prestar serviços a uma empresa, no transporte de dinheiro. Mas o cara, por incompetência ou falta de atenção, foi assaltado por três vezes. Uma ao sair do banco, outra dentro do elevador do edifício, e uma terceira, julgando-se mais esperto ao subir pela escadaria.

Pôxa! Não tem patrão que agüente, então acabou sendo dispensado. Manézinho procurou Noronha e solicitou nova colocação, no que foi contestado, dizendo-lhe Noronha: - não dá cara; - com que moral vou te indicar; - olha só o teu currículo; - assaltado três vezes além de atrair toda sorte de coisas ruins.

Noronha brincando disse-lhe para mudar de ramo: - que fosse ser caminhoneiro! Passado algum tempo Noronha encontra Manézinho feliz da vida. Indagado sobre o que andava fazendo, responde a Noronha que seguindo seu conselho, comprou um caminhão e hoje mexia com transportes, dando-se muito bem.

Quantas vezes perdemos nosso tempo numa função para a qual não estamos preparados, trabalhando descontentes e fazendo-o mal feito, comprometendo a nós mesmos e a quem nos avalizou.
Brownsugar

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

MÃE SÓ TEM UMA...

A professorinha mandou os alunos fazerem uma composição tendo com o tema:
"MÃE... SÓ TEM UMA".

No dia seguinte, todos na sala, ela chama o Giovani para ler sua composição.

E o Giovani:

- Eu estava doentinho, espirrando, tossindo, febril, não conseguia comer nada, não podia brincar, nem vir à escola. Aí, de noite, a mamãe esfregou Vick Vaporub no meu peitinho, me deu um leitinho quente com um comprimido, me cobriu, eu dormi e no dia seguinte acordei bonzinho. Mãe...só tem uma.

A classe toda aplaudiu, a professora elogiou, deu dez para Giovani.

Chamou o Charlles, que lá foi logo lendo a dele:

- Eu tinha prova de Conhecimentos Gerais no dia seguinte, não sabia nada, não conseguia decorar nada, comecei a chorar, achando que ia tirar zero. Aí a mamãe sentou do meu lado, pegou o livro, me explicou tudo direitinho, tomou a minha lição e eu fui dormir sossegado. Quando acordei senti que sabia tudo, vim à escola, fiz a prova e tirei 10. Mãe .. só tem uma.

Mais aplausos, agora para o Charlles. A professora deu dez para ele também.

E chamou o Micuim:
-Cheguei no barraco, minha mãe que estava no sofá trepando com um negão gritou para mim: - Micuim, seu vagabundo ordinário, vai lá na geladeira e traz duas cerveja, muleque safado do caraio. - Aí eu abri a geladeira e gritei pra ela: - Mãe ... só tem uma.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Não esqueça...

Quantas vezes somos autoritários, radicais e rigorosos em demasia com nossos filhos, seja exigindo-lhes demais nos estudos ou impondo restrições na sua liberdade de ir e vir. Evidente, que como pais, queremos o melhor para eles, mas temos que dosar, mantendo um equilíbrio entre suas obrigações, responsabilidades e seus direitos, quanto á diversão e lazer. Não basta ser pai, temos de acompanhar a evolução, afinal, nada mais é como era, portanto, temos de nos enquadrar aos novos tempos.

Digo isto, porque dia destes, enquanto aguardava minha filha caçula defronte ao clube onde tem aulas de teatro, para passar o tempo, adentrei em uma lanchonete.

Entabulei um bate-papo com o dono, um senhor de aproximadamente 70 anos, e durante a conversa onde cada um procurava contar suas realizações, abordamos assunto referente à educação de nossos filhos. Dizia eu, com orgulho, que tinha três filhos, duas moças e um rapaz, e que apesar das dificuldades, estava conseguindo dar a cada um, diploma universitário.

Num dado momento seus olhos lacrimejaram, perguntei o que havia, e emocionado relatou-me que conseguira, após muitos sacrifícios, formar seus dois filhos, um em Medicina e outro em Odontologia. Até então imaginava eu, ser um choro de alegria, mas desabafando disse que o dentista no dia da inauguração de seu consultório, após convidar amigos, parentes, cuidava dos detalhes finais quando, ao ir sacar dinheiro em um caixa eletrônico, foi seqüestrado e covardemente assassinado. O dia que seria o mais alegre de sua vida, em segundos, tornou-se o mais triste.

Culpando-se por ter exigido muito do filho, recordou que muitas vezes o privara de fazer o que o deixaria feliz, e não foram poucas, as vezes que não o deixara sair com seus amigos. Entendeu que fora egoísta, pois só pensara na realização de seu sonho.

Dentre vários assuntos, sentia-se indignado por recentemente ter sido aprovado um projeto que praticamente libera a maconha aos usuários. O bando que assaltou e matou seu filho era composto de viciados nessa droga maldita. O produto do assalto era para comprar drogas mais pesadas.

Quanta culpa e remorso em relação ao filho. Aquilo me fez refletir a respeito e chegar à conclusão de que, como pais, temos que orienta-los no que é certo e errado, afim de que aprendam os limites de, até onde podem ir. De resto, que aproveitem a vida, pois num breve momento, ou num fim de semana podemos perdê-los para sempre.
Brownsugar

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)

Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre
Carlos Drummond de Andrade