Que falar do Natal ?
Enquanto crianças fomos ensinados por nossos pais que o Natal era, antes de ser uma data religiosa, a celebração de um aniversário: em 25 de dezembro Jesus completava mais um ano de vida.
Lembro-me de, com oito, nove anos, me perguntar como seria a festa de aniversário de Jesus. Se ele gostava de ganhar presentes, e o que pediria quando soprava a vela de seu bolo de aniversário.
Me lembro também de contar, a cada Natal, quantos anos ele estava completando. Confesso que sempre achava o número muito grande, mas isso não tirava minha alegria. Talvez porque sempre gostei de festas.
Encarando o Natal como uma festa tinha uma outra pergunta, comum a toda criança: Papai Noel existe? Curioso, sempre quis ver Papai Noel, mas sempre dormia antes da meia-noite...
Mas, se o aniversário era de Jesus, porque era Papai Noel quem aparecia na TV e nas revistas, e não Jesus? Afinal, o aniversariante sempre aparece mais nas fotos, e não um dos convidados era o que eu pensava.
Dez, doze, dezesseis natais se passaram, e as dúvidas da infância ainda não desapareceram.
Como toda criança nascida há quinze, dezoito, vinte anos, tive por um tempo a referência religiosa do Natal misturada ao apelo comercial da data. Na TV não se fala do advento, apenas em presentes, ceia, etc.
Ensinam-nos a comemorar, mas não explicam o que comemoramos. Depois desta reflexão, e de uma curta "viagem no túnel do tempo" volto à questão inicial do texto: como falar do Natal? E como defendê-lo? Linhas e linhas depois ainda não sabem a resposta. Quem sabe ela esteja onde eu menos espero? Acho que vou sair às ruas e procurar...