domingo, 9 de dezembro de 2007

Crime adota jovens

Vivo em São Paulo, Capital, e como muitos, tenho um pequeno comércio. Diáriamente, adolescentes me pedem emprego, alegando que, em casa, são vários irmãos e, portanto, gostariam de ajudar seus pais.


Pacientemente explico-lhes que devido ao ECA, Estatuto do Adolescente, não posso fazê-lo. Saem tristes e cabisbaixos, e vez o outra, alguns passam em motos novas, pois por não conseguirem trabalho comigo acabam sendo adotados pelo traficante do bairro.


Alguns dizem que seus pais comentam com orgulho terem começado a trabalhar logo cedo, aos14 anos e, portanto no futuro, se aposentarão mais jovens.


Li o Estatuto, e outros comerciantes como eu, acabam entendendo, porque desde a sua publicação em 1990, portanto nestes 17 anos, jovens com ensino público precário, sem poder trabalhar, ou exercer atividades esportivas e saudáveis, devido à incompetência do Estado, tem se dedicado ao crime, aumentado os índices, principalmente nas regiões urbanas, com o crescente numero de tráfico e assaltos, surgimento de PCCs, e etc...


Como já foi dito: -“o ócio é o pai de todos os vícios”.


O pai pobre fica refém dessa situação. Seu filho, com um péssimo ensino público e por outro lado sem trabalho, já que o ECA proíbe, sem exercer atividades esportivas ou saudáveis, fica sem alternativa, sendo arrastado para o crime.


A conclusão é óbvia: aquele jovem que o Estado me impede de ajudar é o mesmo que virá assaltar-me, ou vender drogas ao meu filho.


No papel, o estatuto é maravilhoso, mas na prática, talvez em outras culturas seja excelente.


Meus avós devem estar se revirando na tumba, pois desde quando trabalho decente, não o escravo localizado em algumas regiões, fez mal a alguém? Só na cabeça de uns políticos hipócritas e demagogos, ou de outros, como alguns religiosos, e grupos assistenciais que se valem disso para satisfazer o ego, suas finanças ou necessidades físicas.